O Acidente Vascular Cerebral (AVC), também conhecido como derrame, é a segunda causa de morte mais comum no Brasil, além de ser uma das doenças mais incapacitantes do mundo, gerando sequelas motoras, perda da capacidade laboral, diminuição da autonomia e independência e da qualidade de vida.
O AVC pode ser causado por uma isquemia ou por uma hemorragia, mas é importante saber que nos dois casos, quanto mais rápido for realizado o atendimento médico, menores são os danos neurológicos.
O tipo de sequelas irá depender do local e tamanho da lesão, porém, as mais comuns são alterações na fala, alterações motoras tanto na face quanto em outras partes do corpo como braços e pernas.
É comum, após a fase inicial do AVC, o surgimento da espasticidade, caracterizada por uma contração muscular aumentada e involuntária, que gera uma postura característica de pacientes pós AVC, com as mãos fechadas e uma das pernas mais rígida durante o caminhar.
A fisioterapia neurofuncional é essencial no processo de reabilitação motora no paciente pós AVC, e quanto antes for iniciada, melhores são os resultados.
A Estimulação Magnética Transcraniana (EMT) pode ser uma grande aliada nesse processo de reabilitação, favorecendo a recuperação motora e minimizando a dor.
Com a EMT, é possível estimular determinadas áreas cerebrais visando melhorar seu funcionamento. No AVC, além de ocorrer uma alteração na função, ocorre um desequilíbrio entre a atividade dos dois hemisférios cerebrais, fazendo com que o processo de recuperação espontâneo seja difícil.
O cérebro é capaz de se adaptar a qualquer estímulo, isso é chamado de neuroplasticidade, entretanto, a neuroplasticidade pode ser positiva - quando o estímulo correto gera respostas adequadas - e a neuroplasticidade negativa - quando estímulos conduzidos de maneira errada geram respostas inadequadas.
A EMT associada à reabilitação favorece a neuroplasticidade positiva, mas como isso acontece?
Estímulo direcionado: A EMT permite que o estímulo seja feito em regiões específicas do cérebro. No caso do AVC, é possível estimular a área responsável pelos movimentos, por exemplo. Ao estimular essas áreas, a EMT incentiva o cérebro a se reconectar, aliviando potencialmente os sintomas.
Fortalecimento das conexões neurais: A EMT pode fortalecer ou enfraquecer as conexões entre os neurônios, auxiliando na criação e/ou reforço de padrões e comportamentos mais saudáveis.
Reequilibrando a atividade cerebral: Nos casos de AVC, ocorre um desequilíbrio entre a atividades dos hemisférios cerebrais. O hemisfério em que ocorreu a lesão fica com menos atividade, ao passo em que o hemisfério onde não houve lesão se torna mais ativo. A EMT pode ajudar a reequilibrar a atividade cerebral anormal, restaurando um funcionamento mais típico.
A neuroplasticidade é uma característica notável do cérebro humano, oferecendo esperança àqueles que apresentam algum dano neurológico. A EMT, ao aproveitar as capacidades adaptativas do cérebro, apresenta um caminho estimulante para melhorar a conexão entre os neurônios favorecendo o processo de reabilitação para pacientes pós AVC.
É importante ressaltar que todo tratamento deve ser realizado por um profissional especialista na área e com conhecimento tanto sobre a doença quanto sobre o processo de reabilitação.
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