A distonia pode ser definida como "Um distúrbio do movimento causado pela contração involuntária de uma musculatura que produz movimentos como tremores ou posturas anormais"
A distonia é focal quando um ou mais músculos de determinada região se contraem de modo involuntário. Ela pode acometer isoladamente em:
Mão
Olhos
Boca
Laringe
Pescoço
Pé.
Os sintomas da distonia focal variam a depender da região e musculatura afetada. De maneira geral, os sintomas incluem tremores, cãibras, posturas anormais, dificuldade em realizar a atividade ou movimento, contrações e movimentos involuntários que pioram com o movimento, contrações involuntárias que se tornam mais acentuadas com o uso da musculatura.
Com isso, a depender da localização, diferentes atividades podem ficar comprometidas, como:
Mão: Dificuldade de escrever, tocar instrumento de cordas, digitar;
Boca: Dificuldade de tocar um instrumento de sopro, pronunciar palavras;
Boca e língua (Oromandibular): Dificuldade de mastigar e engolir;
Laringe (Disfonia Espasmódica): Dificuldade de emitir sons, tremor na voz, dificuldade de falar;
Olhos (Blefaroespasmo): Dificuldade de manter os olhos abertos, ficar sem piscar;
Pé: Dificuldade de andar ou correr.
As causas da distonia ainda não estão esclarecidas, na maioria dos casos aparecem espontaneamente, porém, em alguns casos, há o surgimento dos sintomas distópicos após um AVC, trauma, doença de Parkinson, doenças neurodegenerativas, uso de drogas, hipoglicemia. E mesmo em pacientes em que a causa não é clara, alguns fatores como: Susceptibilidade genética, perda do mecanismo de inibição recíproca, hiperativação dos músculos antagonistas, alterações do processamento das informações sensitivas-motoras cerebrais, alterações do funcionamento de uma região chamada núcleos da base parecem estar relacionados.
O diagnóstico é feito pelo médico neurologista através de história clínica, exame neurológico e, se necessário, exames complementares.
Não existe cura para a distonia, mas é possível conviver com ela. Talvez um dos casos mais conhecidos de distonia no Brasil seja o do maestro João Carlos Martins, que vive com a doença há mais de 50 anos.
Inicialmente, o prognostico era negativo, e acreditava-se que João Carlos Martins nunca mais tocaria piano. Apesar disso, e graças ao seu amor pela música, começou a estudar regência e pouco tempo depois se tornou maestro.
Porém, com o avanço da ciência foi possível que voltasse a tocar piano, e hoje, aos 80 anos, emociona os amantes de música clássica com suas apresentações.
Tratamento da Distonia Focal
O tratamento pode ajudar a melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
A toxina botulínica atua diretamente na região onde o nervo se liga ao músculo, diminuindo a liberação de um neurotransmissor chamado acetilcolina. Com isso, o músculo hiperativo relaxa e o paciente apresenta melhora dos sintomas.
Outros tipos de tratamento da distonia focal incluem medicamentos, tratamento cirúrgico, fisioterapia e terapia ocupacional, e pesquisas recentes mostram resultados promissores com o uso de estimulação magnética transcraniana (EMT).
コメント