A Estimulação Transcraniana por Corrente Contínua (ETCC) é um tratamento avançado de neuromodulação aplicado para modificar a excitabilidade cerebral, de forma segura, não invasiva, através de uma corrente que se desloca por dois eletrodos (cátodo e ânodo) posicionados em regiões externas do crânio, estratégicamente determinado pelo profissional, gerando uma pequena corrente galvânica, que altera a atividade elétrica cerebral da área trabalhada, aumentando ou diminuindo a excitabilidade cortical.
Como a ETCC é utilizada?
A ETCC é um tratamento muito útil para os casos de doenças neurológicas e nos processos de reabilitação, tais como: a doença de Parkinson, dor crônica, doenças cérebro-vasculares, como o acidente vascular cerebral (AVC), fibromialgia, zumbido, dependência química e depressão.
A aplicação de corrente anódica no córtex motor resulta em melhor desempenho motor, no aumento do rendimento do aprendizado motor implícito e memória operacional em pacientes com doença de Parkinson. Vários estudos realizados indicam que a ETCC pode trazer melhorias na função cognitiva, em habilidades motoras e no humor.
Como funciona a ETCC?
A estimulação é feita em consultório ou em ambiente domiciliar, colocando-se duas esponjas sobre o couro cabeludo, uma com polaridade positiva (vermelha ou ânodo) e outra com polaridade negativa (preta ou cátodo), embebidas em soro fisiológico. A localização dos eletrodos é determinada pelo profissional, de acordo com a necessidade de cada paciente.
Em geral o tratamento com ETCC é feito em 20 sessões de indução, e entre 10 ou 20 de mantenção. Cada sessão dura em torno de 20 minutos.
Efeitos Colaterais
A ETCC é uma técnica bastante segura e seus principais efeitos colaterais são raros, mas podem aparecer como cefaleia leve e um prurido (coçeira) transitório no local de aplicação dos eletrodos.
Duração do tratamento
O tratamento é dividido em duas fases: indução e manutenção.
Na fase de indução são realizadas de 20 a 40 sessões diárias, dependendo da patologia e da resposta do paciente. Nessa fase inicial, o objetivo é modular a atividade cerebral, e a frequência precisa ser alta para que o cérebro se acostume com a neurmodulação.
Quando a química cerebral está desbalanceada, o cérebro tenta sempre manter esses níveis, mesmo que estejam em desequilibrio. A neuromodulação visa normalizar ess atividade, estimulando ou inibindo determinadas áreas. As sessões são diárias para que o cérebro possa entender a nova configuração e se adapte para isso.
Na fase de manutenção são realizadas entre 10 e 20 sessões, e as mesmas vão ficando cada vez mais espaçadas.
Esse intervalo entre as sessões ocorre gradativamente de acordo com a resposta do paciente, ou seja, se o paciente for apresentando melhoras consistentes, as sessões vão ficando cada vez mais espaçadas. Por outro lado, se o paciente começa a apresentar recaídas, pode-se voltar a fazer sessões com uma frequência maior.
Durante esta fase, frequentemente são feitas reavaliações dos sintomas para guiar o curso do tratamento.
Indicações:
Doença de Parkinson
Paralisia Cerebral
Autismo
Distonia
Doença de Alzheimer
Dor crônica
Sequelas de AVC (Acidente Vascular Cerebral)
Falta de memória
Distúrbios de fala ou escrita
Distúrbios do Movimento
Transtornos depressivos e de ansiedade.
Antes de qualquer tratamento é imprescindível que o paciente seja avaliado por um profissional capacitado.
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