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Foto do escritorDra Rachel Guimaraes

Neuromodulação e sequelas motoras do AVC!




O Acidente Vascular Cerebral (AVC) acontece quando vasos que levam sangue ao cérebro entopem ou se rompem, provocando falta de oxigênio em determinada região do cerebral. É uma doença que acomete mais os homens e é uma das principais causas de morte, incapacitação e internações em todo o mundo.

Quanto mais rápido for o diagnóstico e o tratamento do AVC, maiores serão as chances de recuperação completa. Desta forma, torna-se primordial ficar atento aos sinais e sintomas e procurar atendimento médico imediato.

O AVC pode ser isquêmico ou hemorrágico. No AVC isquêmico ocorre obstrução de uma artéria, que pode ser causada por um trombo ou êmbolo, por exemplo.

Já no AVC hemorrágico, ocorro extravasamento sanguíneo causado por rompimento de um vaso.

O AVC isquêmico representa 85% dos casos, e costuma ser menos grave do que o AVC hemorrágico.


Os principais sinais de alerta para qualquer tipo de AVC são:

  • fraqueza ou formigamento na face, no braço ou na perna, especialmente em um lado do corpo;

  • confusão mental;

  • alteração da fala ou compreensão;

  • alteração na visão (em um ou ambos os olhos);

  • alteração do equilíbrio, coordenação, tontura ou alteração no andar;

  • dor de cabeça súbita, intensa, sem causa aparente.

Sequelas


Após o AVC, algumas sequelas podem surgir, como:

Fraqueza ou dificuldade com os movimentos (controle motor);

Perda da capacidade de sentir o tato, dor, temperatura ou a noção de posição do corpo;

Perda de força nos membros, que geralmente afeta um lado do corpo;

Alteração na linguagem e comportamento;

Perda de memória;

Depressão.


Tratamento


O tratamento das sequelas do AVC deve ser multidiscplinar, uma vez que diversos sistemas podem ser afetados. E quanto antes for iniciado, melhor o prognóstico de recuperação das funções.

A fisioterapia neurofuncional é fundamental para a reabilitação, uma vez que visa trazer autonomia e independêcia para o paciente, buscando aumentar a participação e melhorar a qualidade de vida.


Como funciona a reabilitação pós-AVC?


A neurorreabilitação deve ser individualizada, de acordo com as necessidades do paciente. O foco do tratamento sempre incluiu como objetivo a melhora da função, que pode estar comprometida por fraqueza, falta de coordenação, dificuldade para caminhar, perda de sensibilidade, déficir de controle motor fino das mãos, perda visual ou dificuldade para se comunicar. Pesquisas usando tecnologia de imagem avançada mostram que as funções anteriormente localizadas na área lesionada se transferem para outras regiões do cérebro e a prática ajuda a conduzir esse rearranjo dos circuitos cerebrais (chamada neuroplasticidade).


A reabilitação também auxilia no aprendizado de novas maneiras de compensar quaisquer deficiências remanescentes. Por exemplo, pode ser necessário aprender a tomar banho e se vestir usando apenas uma mão, ou como se comunicar efetivamente com dispositivos auxiliares se a capacidade de usar a linguagem for afetada.


Para que a reabilitação tenha sucesso é importante o engajamento do paciente e de seus familiares, uma vez que o processo exige esforço e muita prática.


Quais fatores interferem no resultado da reabilitação pós AVC?


  • A gravidade da lesão;

  • Idade: o grau de recuperação costuma ser maior em crianças e adultos jovens em comparação aos idosos;

  • Nível de consciência: alguns tipos de AVC interferem na capacidade da pessoa de permanecer alerta e seguir as instruções necessárias para se envolver em atividades de reabilitação;

  • A intensidade e frequência dos atendimentos do programa de reabilitação;

  • A presença de comorbidades que interfiram negativamente na capacidade de reabilitação do paciente;

  • Adaptações domiciliares: garantir acessibilidade ao instalar trilhos de escada e barras de apoio podem aumentar a independência e a segurança em casa;

  • Adaptações do ambiente de trabalho: modificações para melhorar a segurança física e modificações nas tarefas laborais podem possibilitar o retorno ao trabalho;

  • Cooperação da família e amigos: o apoio da família e as redes sociais podem ser um fator muito importante na motivação, já que a reabilitação costuma se estender por meses ou anos;

  • Momento de início da reabilitação: geralmente, quanto mais cedo começar, maiores são as chances de recuperar as habilidades e funções perdidas e para uma reabilitação bem-sucedida.

Reduzir os impactos depois de sobreviver a um AVC é o desejo de muitos pacientes, e com a fisioterapia é possível uma melhora significativa na qualidade de vida.



Neuromodulação não invasiva e AVC


Quando os neurônios do cérebro são estimulados, eles envolvem um fenômeno natural conhecido como neuroplasticidade. A neuroplasticidade permite que o cérebro se adapte as alterações provocadas pela lesão.


Portanto, ao estimular regiões específicas do cérebro, a neuromodulação não invasiva pode potencialmente oferecer múltiplos benefícios aos pacientes após o AVC. Tanto o lado lesionado, quanto o lado que não sofreu o AVC podem ser estimulados.


A razão por trás disso tem a ver com a forma como o cérebro controla o movimento. Cada lado do cérebro controla o lado oposto do corpo. Isso explica por que um AVC do lado direito afeta o lado esquerdo do corpo e vice-versa.


No entanto, todo movimento requer cooperação de ambos os lados do cérebro. Por exemplo, para mover a mão esquerda, o lado direito do cérebro deve enviar um sinal excitatório e o lado esquerdo deve enviar um inibitório. Isso garante que o movimento permaneça equilibrado.


Infelizmente, após um AVC, o cérebro perde esse equilíbrio e não consegue mais enviar os sinais corretos. Ao estimular os dois lados do cérebro, a terapia magnética restaura esse equilíbrio.


Embora a Neuromodulação Não Invasiva possa melhorar o movimento após o AVC, o cérebro ainda precisa de ajuda extra para se recuperar. A neuromodulação permite que o cérebro fique mais receptivo para a reabilitação, favorecendo a neuroplasticidade.


Os melhores resultados são obtidos quando associamos a neuromodulação não invasiva e a reabilitação neurofuncional.






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