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Foto do escritorDra Rachel Guimaraes

Neuromodulação e Neuroplasticidade

Atualizado: 14 de mar. de 2023



Até pouco tempo acreditava-se que o cérebro seria um órgão imutável, ou seja, não sofreria alterações, a não ser que passasse por algum processo de lesão ou degeneração. Entretanto, atualmente sabemos que o cérebro é capaz de se moldar à diferentes situações alterando a sua morfologia e fisiologia de acordo com os estímulos internos e externos que sofre diariamente. Isso se chama NEUROPLASTICIDADE.

A neuroplasticidade pode ser definida como a capacidade que o sistema nervoso tem de se moldar às situações do meio em que se apresenta. Para tanto, promove alterações biológicas, bioquímicas, fisiológicas e morfológicas nas células nervosas, em especial, nos neurônios, com a finalidade de se adaptar aos estímulo.


Esta capacidade é maior durante o período de neurodesenvolvimento, ou seja, durante infância, adolescência e início da vida adulta. Porém, é uma capacidade que se preserva mesmo após esse desenvolvimento, o importante é a presença de algum tipo de estímulo.

É por conta dessa neuroplasticidade que é possível recuperar funções após uma lesão neurológica, por exemplo.


Quando uma parte do cérebro sofre alguma lesão, como um AVC, ocorrem também alterações funcionais que acarretam dificuldades funcionais, como dificuldade para andar. A recuperação de habilidades motoras ocorre pois outras áreas do Cérbero se adaptam para realizar a função que foi perdida com a lesão.



A NEUROMODULAÇÃO PROMOVE NEUROPLASTICIDADE?


Recentemente, a Neuromodulação não invasiva tem se tornado uma importante aliada no tratamento de diversas doenças , desde depressão, transtornos de ansiedade, transtorno obsessivo compulsivo, à melhora da recuperação de sequelas motoras pós AVC, dor crônica, fibromialgia, Parkinson, Esclerose Múltipla, dentre outras. E um dos princípios da NEUROMODULAÇÃO é a neuroplasticidade.


Estudos recentes sugerem que o uso da Estimulação Magnética Transcraniana (EMT) tem um efeito crescente na geração de novas redes neurais, e atualmente existe evidência suficiente para suportar a hipótese de que os estímulos levam a mudanças de longo prazo na atividade neuronal.


Importante ressaltar que os efeitos da Neuromodulação podem ser potencializados quando associados a outros tratamentos, como a reabilitação, por exemplo.


Fazer novas conexões neurais depende da experiência e do ambiente de um indivíduo.  É possível melhorar a neuroplasticidade por meio de exercícios, nutrição equilibrada, evitar agentes tóxicos, e a Neuromodulação atua facilitando esse processo de formação de novas conexões.


Importante ressaltar que alguns fatores são essenciais para que ocorra a neuroplasticidade:


Especificidade: tanto na reabilitação, quanto durante o uso da Neuromodulação, o alvo ou a tarefa devem ser específicos para determinada função.


Intensidade: Estímulos de baixa intensidade não produzem o efeito desejado no cérebro, pois não promovem alterações significativas.


Repetição: quanto maior o número de repetição, maior o aprendizado, levando a novas conexões cerebrais.


Motivação: voltar a andar, conseguir trocar de roupa sozinho, voltar a trabalhar, voltar a praticar exercícios, não importa qual seja a motivação, ela deve estar presente para que os resultados seja positivos.


Tempo: sempre é possível promover neuroplasticidade, porém, quanto antes, melhor.


Apesar de ser um termo usado quase sempre de maneira positiva, a neuroplasticidade também pode ocorrer após uma lesão, por exemplo. O cérebro é bastante inteligente, e procura sempre economizar energia, logo, o que não é usado, é perdido. Estabelecer novas conexões cerebrais, não é um processo simples, mas é possível! A ajuda de um profissional é extremamente importante, pois orienta e direciona quais caminhos devem ser seguidos.



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© 2022 - Dra Rachel Guimarães

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