É fato que a atividade física possui benefícios para a saúde, bem estar e estética. No entanto, estudos demonstram que esses benefícios não se limitam a simplesmente gerenciar o equilíbrio energético e o peso corporal. Há efeitos sistêmicos protetores que atingem quase todos os órgãos e tecidos e o resultado disso são mecanismos terapêuticos e também preventivos. Durante o exercício, temos um aumento da demanda metabólica do musculo esquelético em contração; com isso há uma alteração da homeostase do corpo todo resultando em efeitos sistêmicos positivos para a prevenção de doenças. Após repetidos desafios, ocorrem adaptações que estão associadas à melhoria da saúde e do bem-estar.
Em contraste, a inatividade física é um dos fatores de risco mais fortes que contribuem para doenças crônicas, as quais representam a maior parte de doenças em todo o mundo sendo um dos maiores preditores de mortalidade. Hoje, o Brasil está na 5ª posição no ranking mundial de sedentarismo e lidera o status na América do Sul, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). A prática regular de exercício físico pode ser uma excelente ferramenta para retardar ou prevenir a progressão de doenças neurodegenerativas como a Doença de Parkinson, Doença de Alzheimer, declínio cognitivo relacionado à idade e demência vascular (Fuller et al. Cells. 2020. doi: 10.3390/cells9102182). Uma revisão sistemática da Psychol Med com estudos epidemiológicos e prospectivos mostraram que os exercícios reduzem os riscos de demência e Doença de Alzheimer em 28% e 45%, respectivamente. Está bem estabelecido que novos neurônios são capazes de crescer dentro do giro denteado do hipocampo e foi demonstrado em roedores que a atividade física é capaz de aumentar a neurogênese, com exercícios que mais do que dobram a produção de novos neurônios.
O exercício físico também é considerado um potencial tratamento para pacientes já diagnosticados. A prática regular de exercícios tem efeitos anti-inflamatórios no cérebro, que tem relação direta com funções cognitivas.
Existem muitas dúvidas sobre qual seria o exercício ideal, porém, qualquer exercício é válido, e a constância é tão importante quanto a prática em si.
Atualmente, a obesidade é um problema mundial de saúde pública, estima-se que 2.3 bilhões de pessoa tenham sobrepeso e aproximadamente 700 milhões de obesos. Na obesidade ocorrem diversas mudanças metabólicas que podem contribuir para o surgimento de doenças inflamatórias ou degenerativas. Dados demonstram que o excesso de peso pode reduzir a expectativa de vida entre um e dez anos, dependendo do grau de intensidade.
Praticar exercícios exige esforço e dedicação, e muitas vezes os benefícios não são percebidos de maneira imediata, o que faz com que a adesão e a aderência fiquem comprometidas.
O acompanhamento de um profissional qualificado pode ser um enorme diferencial na busca de hábitos de vida mais saudáveis.
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