A dor crônica é definida por dor que persiste por mais de 3 meses, e isso é um indicativo de que haja alguma disfunção no sistema nervoso ou nas fibras que levam informações sensoriais até o cérebro. Doenças como artrite reumatoide, fibromialgia, ou câncer também podem desencadear quadros de dor crônica. Em alguns casos a dor tem um impacto tão significativo que deixa de ser considerada um sintoma e deve ser tratada como doença. No Brasil mais de 1/3 da população considera que a dor crônica compromete as atividades habituais, e 3/4 que a dor crônica seja limitante para realização de atividades recreacionais e para as relações sociais e familiares.
Existem diferentes tipos de dor crônica e a determinação do tipo da dor interfere diretamente no seu tratamento.
A Neuromodulação não invasiva tem se tornado um aliado importante no tratamento de dores crônicas. O tratamento em si é indolor e muito seguro, e funciona produzindo uma série de pulsos eletromagnéticos que interagem com os circuitos elétricos do cérebro, alterando a atividade da área específica visada. No caso da fibromialgia, o objetivo é reduzir a atividade da região do cérebro responsável pelo processamento da dor e das informações sensoriais, que se mostrou hiperativa em pessoas com a doença.
Geralmente, as condições de dor crônica podem levar à sensibilização central, definida por alterações no sistema nervoso central devido ao desenvolvimento e manutenção da dor crônica. Em outras palavras, a sensibilização central resulta no agravamento da dor no cérebro porque as vias específicas de sinalização da dor são reforçadas ao longo do tempo. A infeliz ironia é que os indivíduos com sensibilização central sentirão dor com muito mais facilidade. Manifestações comuns de sensibilização central incluem dor neuropática, síndrome de dor regional complexa (SDCR), fibromialgia, neuralgia do trigêmeo e muitas outras condições.
Essa condição traz sofrimento para os pacientes, e muitas vezes não ocorre uma resolução satisfatória do quadro. Uma alternativa de tratamento é o uso da estimulação magnética transcraniana repetitiva (rTMS).
Além de reduzir a atividade na área-alvo do cérebro, o rTMS também aumenta a neuroplasticidade, que é essencialmente a capacidade do cérebro de se remodelar e mudar em resposta ao seu ambiente. Essa neuroplasticidade permite que o cérebro escape de certos padrões arraigados, como a dor constante que pode acompanhar a fibromialgia, e forme novos padrões mais saudáveis. Sugeriu-se que esse fenômeno seja a razão dos efeitos duradouros do rTMS, pois a alteração da estrutura real do cérebro levará a um resultado mais permanente. Uma vantagem do tratamento com rTMS é que ele é não invasivo e não medicamentoso, além de causar pouco ou nenhum desconforto.
Outra técnica não invasiva, que utiliza um aparelho de estimulação movido a bateria ligado a dois eletrodos fixados no couro cabeludo do paciente, criando um circuito elétrico que atravessa o cérebro é a estimulação craniana por corrente contínua (ETCC). A técnica facilita a transmissão dos impulsos nervosos de um neurônio a outro.
Viver com dor pode ser comum, mas não é normal!
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