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Foto do escritorDra Rachel Guimaraes

Dor crônica: como lidar?

A dor crônica é um enigma tanto para os profissionais de saúde, quanto para seus pacientes: difícil de entender (já que a dor de cada pessoa é diferente), difícil de tratar com eficácia e frustrante de se conviver. Pacientes desesperados às vezes recorrem a procedimentos cirúrgicos drásticos e irreversíveis, como amputar nervos para aliviar a dor e, infelizmente, mesmo esses procedimentos podem não fornecer os resultados esperados.

Estima-se que 1,5 bilhão de pessoas sofram diariamente com a dor crônica no mundo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) calcula que 32% da população do planeta padeça desse mal, e no Brasil, a projeção é que 60 milhões de pessoas vivam com o problema.

A dor crônica é caracterizada por um incomodo persistente, e que dure por pelo menos 3 meses.

Felizmente, houve grandes avanços nas pesquisas relacionadas à percepção da dor e à reação do nosso sistema nervoso a vários tratamentos para a dor, como o desenvolvimento de novos dispositivos e o entendimento sobre a prática regular de exercícios para a melhora da dor.




Quando a dor é aguda, causada por um trauma ou lesão, o repouso temporário é importante, porém, em casos de dor crônica, o repouso pode piorar, e muito, o quadro.

Quando sentimos dor, evitamos praticar exercícios por medo de piora dessa dor, e assim, ficamos cada vez mais sedentários.

E o sedentarismo AUMENTA a dor.

A prática regular de exercícios é uma abordagem fundamental para o manejo da dor crônica e é tão importante quanto o uso de medicações. Essa prática também pode auxiliar na prevenção de dores. Alguns benefícios incluem:

  • Diminuição da obesidade

  • Modulação dos processos centrais da dor

  • Aumento da resistência muscular

  • Alívio da rigidez articular


O tratamento da dor deve ser multifatorial, e considerar diversos aspectos da vida do paciente. Além da prática de exercícios, o uso da Neuromodulação (invasiva e não invasiva) tem mostrado excelentes resultados no tratamento da dor crônica.



A Sociedade Internacional de Neuromodulação define a neuromodulação terapêutica como “a alteração da atividade nervosa por meio da entrega direcionada de um estímulo, como estimulação elétrica ou agentes químicos, a locais neurológicos específicos no corpo”.

Uma grande vantagem da Neuromodulação não invasiva é que ela permite testes e ajustes no tratamento sem nenhum risco de lesão, e com baixa probabilidade de algum efeito colateral.

As técnicas de tratamento da dor crônica por neuromodulação não invasiva que mais se aplicam ao tratamento da dor crônica são:


Estimulação Magnética Transcraniana (EMT): é uma técnica não invasiva que gera um campo magnético através de uma bobina ligada a um aparelho com corrente rápida repetitiva em alta frequência (10 a 30 Hz) ou corrente lenta em baixa frequência (1 a 5 Hz). A área a ser estimulada é determinada pelo profissional após uma avaliação inicial.


Estimulação transcraniana por corrente contínua (ETCC): outra técnica não invasiva, que utiliza um aparelho de estimulação movido a bateria ligado a dois eletrodos fixados no couro cabeludo do paciente, criando um circuito elétrico que atravessa o cérebro. A técnica facilita a transmissão dos impulsos nervosos de um neurônio a outro.


Existem ainda técnicas de neuromodulação invasiva como: implantes corticais ou medulares, estimulação cerebral profunda ou bombas de infusão, essas técnicas devem ser indicadas por um neurocirurgião.


Procure SEMPRE um profissional capacitado para te ajudar. Viver com dor pode ser comum, mas não é normal.

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