O termo ataxia se refere à incapacidade de coordenação motora dos movimentos voluntários e não a uma doença específica. Os sintomas podem estar presentes em dedos, braços, mãos, pernas, tronco.
Apesar disso, a palavra ATAXIA é utilizada para nomear transtornos degenerativos do sistema nervoso central, causados por alterações genéticas.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) determinou que 25 de setembro é o dia internacional para sensibilizar as pessoas a respeito desses sintomas e dessa desordem neurológica pouco conhecida, de origem genética e hereditária.
Existem diversos tipos de ataxia, as adquiridas, nas quais não existe um histórico familiar e não há um componente genético, e as hereditárias, que são um grupo heterogêneo de doenças causadas por mutações genéticas, que podem ser dominantes ou recessivas.
Tipos de ataxia:
Ataxia cerebelar: ocorre por causa de lesão no cerebelo, que pode ser provocada por hemorragia cerebral, tumor, infecção ou acidentes;
Ataxia de Friedreich: é tipo mais comum, sendo hereditário, surgindo principalmente na adolescência e que provoca deformações nos pés e curvaturas na espinha vertebral;
Ataxia espinocerebelar: na maioria das vezes, este tipo aparece na idade adulta e provoca rigidez muscular, perda de memória, incontinência urinária e perda progressiva de visão;
Ataxia telangiectasia: também é um tipo hereditário, porém é raro, podendo iniciar na infância e se desenvolver ao longo do tempo. Normalmente, a pessoa com este tipo de ataxia apresenta sistema imune enfraquecido;
Ataxia sensitiva ou sensorial: provocada por lesões nos nervos sensoriais que levam a pessoa a não sentir onde as suas pernas se encontram em relação ao corpo.
Também existe um tipo de ataxia chamada de idiopática, que se caracteriza quando as causas não são conhecidas e, em geral, ocorre em pessoas idosas.
O tratamento ideal deve contar com neurologista, oftalmologista, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo, psicólogo, nutricionista.
Ainda não há cura para a ataxia, e o tratamento visa a melhora dos sintomas e melhora na qualidade de vida, garantindo maior autonomia e independência.
Em casos mais graves, um neurologista pode indicar medicamentos antiespasmódicos, relaxantes musculares e a aplicação de toxina botulínica (botox) podem ajudar a diminuir a rigidez e a contratura muscular que se estabelecem progressivamente e comprometem a mobilidade.
A fisioterapia é uma das principais intervenções estando direcionada à melhora da função e habilidade motora, incluindo problemas na marcha, mobilidade e postura, e encorajando o paciente a se manter da forma mais independente possível em seu ambiente. O objetivo deve ser específico para cada paciente de acordo com a idade, apresentação clínica e prognóstico e o programa de exercícios deve ser prescrito individualmente pelo fisioterapeuta responsável após avaliação clínica e funcional.
Baseado nesta avaliação será indicada a freqüência, a intensidade do programa e o enfoque terapêutico que pode incluir:
1) Exercícios de equilíbrio: Podem ajudar a melhorar ou manter o equilíbrio e estabilidade durante atividades como sentar, ficar em pé, andar e se mover. Exercícios de coordenação motora devem ser incorporados em atividades funcionais da vida diária.
2) Fortalecimento muscular: É essencial, mas é necessário cuidado para evitar a fadiga. O peso do próprio paciente deve ser utilizado para o fortalecimento global; fortalecer a musculatura proximal de ombros e quadril é importante para manter o uso funcional dos membros superiores e inferiores.
3) Melhora da resistência física: Através de exercícios cardiovasculares marcha na esteira e/ou bicicleta ergométrica. Exercícios aquáticos oferecem menor limitação e podem ser benéficos.
4) Treinar funções para independência: Exercícios voltados para o treino de funções do dia a dia do paciente. Exemplo: Caminhar carregando um cesto de roupas.
5) Manter a amplitude de movimento articular: Através de posturas e exercícios de alongamento para prevenção de deformidades.
6) Treinar técnicas específicas para cair com segurança
À medida que a perda gradual dos movimentos progride, dispositivos auxiliares de marcha como bengala e andador são indicados, além de ajustes no ambiente.
É importante ter o acompanhamento de uma equipe profissional especialista em distúrbios do movimento, para que o tratamento seja adequado e eficiente, melhorando assim a qualidade da vida do paciente e de seus familiares.
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