A síndrome de Guillain-Barré é uma doença autoimune que afeta os nervos e como eles funcionam no corpo. A SGB não é herdada, nem é contagiosa e a causa exata do distúrbio ainda não é conhecida. No entanto, pesquisas demonstram que aproximadamente dois terços dos casos de SGB ocorrem após infecções bacterianas ou virais ou após imunizações. Em alguns casos, pode ocorrer sem gatilho identificado.
A incidência é de menos de 4 por 100.000 pessoas em todo o mundo, sendo mais frequente em homens. E apesar de afetar adultos e crianças, a incidência aumenta com a idade, tendo início médio aos 40 anos de idade
Na síndrome de Guillain-Barré, o sistema imunológico produz anticorpos que afetam os nervos do próprio corpo, levando à inflamação e causando sintomas como fraqueza e dificuldade para movimentar as pernas e braços, sensação de formigamento e, nos casos mais graves, dificuldade para respirar, podendo colocar a vida em risco.
Devido à gravidade, é importante que a síndrome de Guillain-Barré seja identificada rapidamente, podendo ser indicada a realização da eletroneuromiografia e da punção lombar para confirmar o diagnóstico.
Os principais sintomas da síndrome de Guillain-Barré são:
Dificuldade para movimentar as pernas ou braços;
Paralisia do rosto;
Dificuldade para falar ou engolir alimentos;
Falta de ar;
Dor ou sensações de queimação, formigamento ou choque nas partes afetadas;
Coração acelerado;
Pressão arterial pouco controlada;
Dificuldade em controlar a urina e as fezes.
Os sintomas afetam primeiro as pernas e tendem a piorar rapidamente, prejudicando a capacidade da pessoa andar e realizar suas tarefas diárias. Além disso, em poucas semanas a síndrome de Guillain-Barré também pode afetar os braços, rosto e outras partes do corpo.
Nos casos mais graves, o funcionamento de nervos importantes, como os que controlam a respiração, pressão arterial, batimentos do coração, também podem ser afetados e sintomas como dificuldade para respirar, arritmias e pressão alta ou baixa podem se desenvolver, colocando a vida da pessoa em risco.
Normalmente, os sintomas param de piorar em até 4 semanas e tendem a melhorar com o tempo após este período mesmo sem tratamento específico. Entretanto, o tratamento após o diagnóstico é essencial para evitar sequelas e para garantir o retorno à capacidade funcional prévia.
Os sinais de melhora da Síndrome de Guillain-Barré geralmente são notados em até 4 semanas após o início dos sintomas. No entanto, podem ser identificados antes, a partir do início do tratamento adequado, e geralmente envolvem a recuperação gradual da força muscular.
Já os sinais de piora geralmente ocorrem nos casos mais graves e que não receberam tratamento, ocorrendo geralmente nas primeiras semanas após o surgimento dos primeiros sintomas. Neste período pode surgir dificuldade para respirar, alterações repentinas da pressão arterial e incontinência, por exemplo.
Mesmo após o tratamento adequado, sintomas como cansaço, dor e formigamentos ainda podem persistir por alguns anos e a maioria das pessoas consegue andar sem auxílio após 6 meses.
Tratamento da Síndrome de Guillain-Barré
1. Plasmaférese terapêutica
A plasmaférese é um tipo de tratamento que consiste na filtração do sangue com o objetivo de remover o excesso de substâncias que podem estar causando a doença. No caso da Síndrome de Guillain-Barré, a plasmaférese é feita com o objetivo de remover o excesso de anticorpos que estão afetando os nervos e causando os sintomas da doença.
O sangue filtrado é, então, devolvido ao corpo, que é estimulado a produzir anticorpos saudáveis, aliviando os sintomas da doença.
2. Injeção de imunoglobulina
O tratamento com imunoglobulina consiste na injeção de anticorpos saudáveis que atuam contra os anticorpos que estão causando a doença. Dessa forma, o tratamento com imunoglobulina ajuda a remover do corpo os anticorpos que estão atacando os nervos, aliviando os sintomas.
3. Fisioterapia
A fisioterapia é importante na síndrome de Guillain-Barré porque ajuda na recuperação da força muscular e função respiratória, podendo ser indicada após a alta, até que se recupere o máximo de capacidades. Para a maioria das pessoas, o principal objetivo é voltar a andar sozinho.
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