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Foto do escritorDra Rachel Guimaraes

Ataxia e Estimulação Magnética Transcraniana

Atualizado: 30 de jan.




A palavra ataxia significa incapacidade de coordenação e é usada para designar os sintomas de diversas condições neurológicas.

Ataxia não é uma doença ou mesmo um diagnóstico.

 

A principal característica da ataxia é a perda da coordenação dos movimentos voluntários, ou seja, aqueles que fazemos de forma consciente como: abrir uma janela, tomar um copo de água, correr no parque, dentre outros.


A ataxia pode acometer os dedos, as mãos, braços, pernas e até o olhos, além de afetar o equilíbrio, o tônus muscular, a deglutição e a fala.

 

O termo ataxia também é utilizado para nomear transtornos degenerativos do sistema nervoso central, causados por alterações genéticas hereditárias que podem afetar homens e mulheres de todas as idades, indistintamente. Em alguns casos, a desordem pode ser reversível, desde que tratada a doença subjacente que causou o transtorno. Nos outros, os danos são progressivos e os recursos terapêuticos se voltam para controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida.


A causa mais comum da ataxia é uma disfunção do cerebelo. A chamada ataxia cerebelar pode também estar correlacionada com alterações nas vias condutoras para a medula espinhal ou para outras áreas do cérebro.


Existem diferentes tipos de ataxia. A classificação facilita a comunicação entre os profissionais e tem o objetivo de orientar a investigação da causa específica. Por exemplo, as ataxias podem ser:

  • Hereditárias - causadas por defeitos em determinados genes presentes desde a fecundação

  • Adquiridas - casos em que existe uma causa externa para o problema, como deficiências de vitaminas, condições auto-imunes, infecções, entre outras causas.


Em geral, pessoas com ataxia também apresentam dificuldade para realizar atividades motoras que exigem coordenação fina de movimentos como escrever, comer, abotoar a roupa, al

em de fala lenta e arrastada, dificuldade para articular palavras (disartria), diminuição do tônus muscular (hipotonia), oscilação rápida e involuntária dos globos oculares (nistagmo) e dificuldade para engolir (disfagia). Esses sintomas podem instalar-se aos poucos ou subitamente.


Os sinais clínicos são bastante variados e estão diretamente relacionados à idade em que aparecem e com o tipo e evolução da doença.

Nos estados mais avançados, a locomoção e o equilíbrio podem estar tão prejudicados sendo necessário o uso de dispositivos auxiliares da marcha ou o uso de cadeira de rodas.


Tratamento da ataxia

 

O tratamento deve ser conduzido por equipe multidisciplinar, constituída idealmente por neurologista, oftalmologista, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo, psicólogo, nutricionista.

Para os casos de genéticos ainda não existe cura e o tratamento visa melhora dos sintomas e da qualidade de vida, garantindo o máximo de independência e autonomia para realização das atividades diárias.

Nos casos em que existe uma doença de base responsável pelo aparecimento dos sintomas, o tratamento deve voltar-se para corrigir a causa desse problema, o que pode tornar o quadro sintomático reversível. Por exemplo, quando a incoordenação motora, a perda do equilíbrio e o comprometimento da fala forem causados por intoxicação por remédios, tabaco ou abuso de álcool, suspender o consumo dessas substâncias é a conduta terapêutica indicada.

Nos casos mais graves, medicamentos antiespasmódicos, relaxantes musculares e a aplicação de toxina botulínica (botox) podem ajudar a diminuir a rigidez e a contratura muscular que se estabelecem progressivamente e comprometem a mobilidade.


Estimulação Magnética Transcraniana


A Estimulação Magnética Transcraniana tem se mostrado promissora no tratamento da ataxia, visando melhorar a conectividade cerebelar e, consequentemente, a coordenação motora dos pacientes.

Existem diversos estudos em andamento, e, apesar de não curar a doença, a estimulação parece melhorar diversos sintomas da doença, contribuindo assim para uma significativa melhora na qualidade de vida.


Alguns benefícios da EMT nas ataxias incluem:


  • Melhora da Coordenação Motora, através da modulação da atividade no cerebelo, promovendo melhorias na coordenação motora e no equilíbrio, fundamentais para pacientes com ataxia.

  • A EMT pode facilitar a plasticidade cerebral, possibilitando a reorganização e a adaptação das vias neurais afetadas pela ataxia, o que pode contribuir para a recuperação funcional.

  • Estudos têm indicado que a EMT pode amenizar alguns sintomas da ataxia, proporcionando uma melhor qualidade de vida aos pacientes.


A EMT é uma ferramenta importante no manejo de diversas doenças neurológicas, uma vez que não apresenta efeitos colaterais graves e não interfere no tratamento medicamentoso.

É importante ressaltar que não existe uma receita de bolo e é sempre necessário realizar uma avaliação para definição do tipo de protocolo e quantidade de sessões.

Também é interessante considerar uma abordagem combinada de Estimulação Magnética Transcraniana com a prática de fisioterapia, que lança mão de estratégias compensatórias para fazer com que o paciente tenha um desempenho o mais independente possível dentro do nível funcional presente.

Pessoas cujos sintomas estão piorando com o tempo, um atendimento multidisciplinar e de longo prazo pode ajudar. Trabalhar em conjunto com outras especialidades, incluindo fisioterapia, dieta, aconselhamento genético e fonoaudiologia ajuda a identificar condições subjacentes e gerenciar sintomas.











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