Acidente Vascular Cerebral
O Acidente Vascular Cerebral é a segunda causa de morte mais comum no Brasil, além de ser uma das doenças mais incapacitantes do mundo, gerando sequelas motoras, perda da capacidade laboral, diminuição da autonomia e independência e da qualidade de vida.
O AVC pode ser causado por uma isquemia ou por uma hemorragia, mas é importante saber que nos dois casos, quanto mais rápido for realizado o atendimento médico, menores são os danos neurológicos.
O tipo de sequelas irá depender do local e tamanho da lesão, porém, as mais comuns são alterações na fala, alterações motoras tanto na face quanto em outras partes do corpo como braços e pernas. É comum, após a fase inicial do AVC, o surgimento da espasticidade, caracterizada por uma contração muscular aumentada e involuntária, que gera uma postura característica de pacientes pós AVC, com as mãos fechadas e uma das pernas mais rígida durante o caminhar.
Essas sequelas motoras têm impacto direto na qualidade de vida do indivíduo, podendo desencadear também a alterações emocionais.
A reabilitação é necessária quase todos os pacientes pós AVC. Dados do ministério da saúde mostra, que cerca de 70% pós AVC não retornam ao trabalho, e 30% necessitam de algum auxílio para caminhar.
Um estudo de 2021 demonstrou que aproximadamente 45% dos pacientes recebem o encaminhamento para a reabilitação tardiamente após o AVC, e o tempo mediano de espera para o agendamento de uma consulta é de nove meses.
É importante ressaltar que quanto antes for iniciado o tratamento de reabilitação, maiores são as chances de neuroplasticidade, ou seja, de que o cérebro se reorganize após uma lesão ou trauma.
O fisioterapeuta neurofuncional é o profissional mais capacitado para a reabilitação desses pacientes, uma vez que entende a fisiopatologia do AVC e quais as necessidades do paciente, pensando em neuroplasticidade, e não somente em ganho de força muscular ou de amplitude de movimento, por exemplo.
Estudos recentes têm demonstrado excelentes resultados quando há uma associação entre a neuroreabiltiação e neuromodulação não invasiva (TMS e tDCS), uma vez que esses tratamentos visam a neuroplasticidade.